quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

EROSÃO COSTEIRA E DEFESA NACIONAL

Os temporais que têm assolado o país e as mais recentes notícias sobre os efeitos dos mesmos na erosão da nossa costa (estudos admitem que 67% da costa portuguesa corre riscos significativos de erosão), justificam uma breve reflexão sobre a relação deste processo com a Defesa Nacional.

De acordo com o nº 2 do artigo 273ª da Constituição, constitui objetivo da Defesa Nacional garantir a integridade do território, objetivo este que a Lei de Defesa Nacional (Lei Orgânica nº 1-B/2009, de 7 de julho) qualifica como objetivo permanente da política de defesa nacional.

Logo, a proteção do território português deve integrar a política de defesa nacional, sendo prosseguida pelas suas diversas componentes – militar e setoriais - na medida justa e estrita das suas atribuições e competências.

Tenho para mim que cada milímetro de costa perdido por via da erosão marítima afeta a integridade do território, pois reduz a área terrestre disponível.

Se há erosão que é impossível combater por decorrer, apenas e só, da ação da natureza, outra existe que é favorecida, agravada ou permitida por ação ou omissão humana.

Por isso, no estado atual não basta apenas corrigir decisões anteriores que favoreceram este processo, mas sim combatê-lo e antecipar medidas futuras que reduzam o seu impacto.

O Conceito Estratégico de Defesa Nacional, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 19/2013, no seu ponto 3.2.2. do Capítulo III, faz referência a riscos ambientais que impendem sobre Portugal, mas não é absolutamente claro na questão concreta da erosão costeira.

Já no domínio do investimento nos recursos marítimos (ponto 3.1.), no âmbito do conceito de ação estratégica nacional (Cap. VI) e do vetor e linha de ação estratégica – Valorizar os recursos e oportunidades nacionais, o Conceito prevê o estudo dos impactos das alterações climáticas nas zonas marítimas costeiras e o planeamento dos recursos necessários para adaptação das zonas costeiras àqueles impactos.

Aquelas ações concretas devem ser prosseguidas desde já, de forma firme e irreversível, convocando todos os atores que se mostrem necessários à sua concretização, utilizando para o efeito as três regras que o Conceito define para a realização da estratégia nacional: unidade estratégica, coordenação e utilização racional e eficiente dos recursos.

Sob pena de o Estado não estar a dar cumprimento a um dos objetivos permanentes da sua política de defesa nacional, livremente definido pelos seus órgãos de soberania democráticos e legítimos - o de garantir a integridade do território português.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

MADIBA


As palavras não transmitem o que Nelson Mandela representa.

domingo, 3 de novembro de 2013

ANGOLA

Há que repudiar vivamente os atos desta madrugada contra a Embaixada de Angola!
Independentemente dos seus autores.
Independentemente das suas intenções.
Para além de considerações conjunturais - de cariz político, judicial, económico-financeiro ou de negócio -, as relações estruturais entre os dois Países merecem mais.
Exigem mais.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

PERGUNTAS

Há valores diferentes para Cidadãos do sexo masculino e feminino?
Camaradagem. Lealdade. Confiança. Honra. São apenas valores masculinos?
As mulheres não se determinam pelos valores da camaradagem, da lealdade, da confiança e da honra?
Não é possível transmitir tais valores, em simultâneo, a homens e mulheres?
Não devem aqueles valores ser transmitidos, em simultâneo, a homens e mulheres?
Não serão, dessa forma, formados mais e melhores Cidadãos?
Creio saber as respostas.
Mas deixo aqui as perguntas.

terça-feira, 9 de julho de 2013

FRASES DE OUTROS TEMPOS

Quando Churchill prosseguiu dizendo que a Câmara se encontrava profundamente preocupada, Bonar Law retorquiu: "Vamos determinar isso pelo voto". Churchill sentiu-se picado: "Não se devem procurar conflitos", disse, "não se devem criar conflitos; deve tornar-se fácil a cada partido, a cada força no país, o dar o seu auxílio e apoio e remover barreiras, obstruções e incompreensões que tendam a causar divergências superficiais e aparentes entre homens cujo objectivo é totalmente orientado no sentido comum da nossa vitória, da qual depende o futuro de todos nós."
(in Churchill, Uma vida", de Martin Gilbert, Bertrand Editora, Chiado 2002)

Esta discussão ocorre no quadro da I Guerra Mundial.


sábado, 29 de setembro de 2012

PROTESTOS


"...e é que deve deplorar-se a época e o país em que tanta gente está disposta a acreditar que o comportamento dos homens públicos é constantemente guiado por sentimentos pessoais; e não se pode explicar senão por motivos de interesse..."

In Memórias do Duque de Palmela, de Maria de Fátima Bonifácio, março de 2011, Publicações Dom Quixote

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

REALIDADE



"...espectáculo, novo para ele e bastante instrutivo, do ser humano abandonado a si próprio, com a hierarquia social e militar que lhe proporciona segurança desfeita e com o zunzum funesto da desgraça ou da morte a rondar por perto."

in "O Assédio", de Arturo Pérez-Reverte, Edições ASA, Abril de 2011

(fotografia em www.exame.abril.com.bra)