quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O PORQUÊ DO MAR

De acordo com a edição de hoje do Diário de Notícias, "a Biblioteca Nacional adquiriu um exemplar do mais antigo mapa de Portugal, datado de 1561. O exemplar foi impresso em Veneza a partir do manuscrito original de Fernandes Álvares Seco cujo paradeiro é desconhecido. O mapa original foi uma oferta do humanista português Aquiles Estaço ao cardeal Guido Sforza, em agradecimento pelo "seu empenho nos assuntos lusitanos". A partir dele, Sebastiano di Re gravou e Michele Tramezzino, conhecido editor veneziano, preparou uma versão reduzida (36x66 cm), na escala de cerca 1: 1.340.000, impressa em Veneza mas difundida em Roma, com privilégio do Papa e do Senado de Veneza, datada de 20 de maio de 1561, informa a BN. Esta é a primeira imagem cartográfica que representa Portugal isoladamente e no seu conjunto."

Para além de assinalar o interesse da aquisição, é muito curiosa a forma como este mapa está orientado, com a faixa tradicionalmente apresentada como "o oeste" do território nacional agora transformada "no norte".
E este simples rodar do mapa de Portugal demonstra bem porque razão o futuro do país estava no mar.
Afinal, o mar era toda uma extensão que se prolongava, sem fim, à frente das praias, arribas e promontórios portugueses, por desbravar, sem dono, acessível com as técnicas, o engenho e o arrojo adequados.
Com este mapa torna-se evidente a pulsão marítima de Portugal. Ela torna-se quase que obrigatória!
Mas tendo essa empreitada nacional começado no século XV, ou seja um século antes da feitura deste mapa, e se bem que outros mapas tenham existido antes sem conseguirem chegar aos nossos dias, que capacidade visionária do decisor político de Quinhentos!