segunda-feira, 9 de novembro de 2009

BERLIM 1989 - A QUEDA DO MURO

Há 20 anos caía o Muro de Berlim.
Aquele que era o símbolo maior da Guerra Fria e da divisão da Europa no pós-II Guerra Mundial, divisão essa para sempre simbolizada pela "cortina de ferro" de W. Churchil (discurso no Westminster College, no Missouri, EUA, em 5 de Março de 1946).
Caía por força de muitas resistências, de muitas pressões, de profundas alterações sociais, económicas e políticas entretanto ocorridas (início da desagregação na URSS, movimento sindical polaco Solidariedade de Lech Valesa, postura do Vaticano com João Paulo II, desafios tecnológicos provocados com a "Guerra das Estrelas" da Adminsitração Reagan, posição da Europa).

Construído em 1961 pela República Democrática Alemã, e separando fisicamente as duas Alemanhas (a Federal e a Democrática), o Muro objectivou a confrontação de dois Blocos antagónicos e muito diferentes na forma como encaravam os desafios globais, as respostas dos Estados e a participação dos seus Cidadãos.




A sua construção não respeitou nada nem ninguém, e permaneceu como marca de um tempo de falta de liberdade, de atentado aos direitos humanos, de frieza e de crueldade de cariz ideológico.
Essa realidade é demonstrada de forma exemplar no filme "A vida dos outros".
Que relata a vida de um agente da Stasi, quase que consumida na escuta a cidadãos suspeitos.
Que retrata a vacuidade dessa mesma vida.
Que mostra a devassa insuportável e arrepiante da vida dos outros.
Que mostra como as vidas de vigiante e vigiados se confundem.

Mas existe, ainda, quem tendo vivido nesses tempos, tenha deles saudades.
Porque para eles tudo era, ou pelo menos parecia, mais previsível, mais controlado, menos arriscado.
Porque se passassem despercebidos e se moldassem às exigências do Estado, teriam tranquilidade.
Porque havia um determinado quadro de vida, em que sabiam com o que contavam, mesmo se aquilo com que contavam não era muito.
Como se ouviu em diversas reportagens, há pessoas para quem a queda do Muro de Berlim não deve ser festejada.
É este saudosismo que é bem evocado no filme "Goodbye Lenine".

Impõe-se às Democracias serem capazes de gerir a "res publica" sem dar argumentos a quaiquer saudosismos de regimes totalitários.

Sem comentários:

Enviar um comentário