
É por todos reconhecida a gravíssima situação em que o País se encontra, e que reclama articulação de esforços, sentido de Estado, capacidade de sacrifício e equidade e justiça na sua distribuição, ética nos comportamentos públicos, vistos e intuídos.
Mas será que é mesmo necessário que o PSD apareça como que a co-governar com o PS, assumindo as medidas mais duras, muitas delas em contraciclo com as suas mais recentes práticas e declarações?
Colocando-se perante o Governo PS numa posição que, em termos públicos, poderá parecer indistinta quanto às suas linhas de governação futura?
É verdade que há diferenças substanciais, desde logo na vontade de reduzir a despesa pública que não apenas e só pela redução dos salários dos funcionários públicos (medida recorrente, fácil e que “paga” junto da opinião pública que vê os servidores do Estado como uma classe privilegiada e ociosa…com responsabilidades, é certo, de uma minoria de alguns dos seus membros, que efectivamente não servem o público, antes "se servem do público").
Mas quando este Governo falhar, e quando o PS se esgotar, não é certo que o PSD não venha a ser penalizado por esta proximidade excessiva aos rumos da governação.
E isso poderá redundar em benefício dos partidos mais pequenos, que poderão ver reforçada a sua votação, com consequências na estabilidade governativa e na constituição de uma maioria parlamentar.
Ganhará o país com isso? Creio que não.
Defender a Nação e apoiar os esforços para equilibrar as suas finanças públicas e para garantir a sua credibilidade externa – Sim.
Auto-responsabilizar-se pelas políticas concretas para aí chegar - Não.
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